Esperar

06/05/2011 15:49

Esperar uma mudança de atitudes e comportamentos inculturados é realmente uma situação de quem espera uma libertação que precisa vir de uma espécie de libertador mais paciencioso do que nós. Atitudes e comportamentos, em si muito simples de mudar, levam anos para se estabelecerem de forma comunitária. Mais espantoso fica quando a mudança é visivelmente para melhor. É esta atividade de resistência que me intriga.

Propõe-se uma vivência e uma experiência mais profunda e agradável, e as pessoas continuam “na moita”; dá a impressão de que desconfiam que um novo comportamento não dê certo. É compreensível uma lentidão psicológica para exercitar práticas diferentes, mas, quando colocamos honestamente a graça de Deus como presença garantidora de novas práticas, seria de esperar uma sensível rapidez nas mudanças.

Já falamos tantas vezes sobre a gratuidade do oferecimento do dízimo! Uma gratuidade que vem de Deus porque somos feitos à sua imagem e semelhança. Deus realmente é extremamente paciencioso conosco. Ele aguarda a nossa demora! Nós temos pressa de mudar! Seria tão fácil; seria bem melhor para todos. Olhamos evidentemente para a organização financeira das paróquias. A Paróquia funciona um ano inteiro! Um ano com gastos fixos de 13 e até 14 meses. Os funcionários e agentes de pastoral estão ai, à disposição para os trabalhos. Já temos um bom grupo de pessoas que fazem tantos trabalhos gratuitos, assumindo tarefas de responsabilidade nos Conselhos de Pastoral e em todas as ações pastorais das comunidades. Mas algumas atividades, que são de responsabilidade pública, não as podemos deixar na espontaneidade. Tem prazos e ações oficiais públicas que exigem competência e trabalho permanente.

Uma colaboração dos fiéis, que é história e profundamente bíblica, deverá partir de um coração que seja agradecido a Deus. Portanto deverá ser uma ação religiosa. E esta depende de conversão, de mudança. Fazer de sua colaboração no dízimo uma ação de valor religioso e de fé supera em muito uma prática de “pagamento”! Quem paga se coloca como negociante! Ora não sejamos tão ingênuos de obrigar a Deus, tentando forçá-lo a ser negociante! Com Deus não se faz negócio.

Amigo leitor! Ajude a construir rapidamente uma forma gratuita e agradecida de nossa prática de dízimo.

 

Pe. Alcido L. Kunzler